6 Sep 2010 - 9:59 pm - Texto Original
O filme "Pequeñas Voces" está no festival de Cinema de Veneza
O filme retrata o mundo da infância oprimida pela crueldade, no entanto,salvo pelo amor, sem cair na armadilha do sentimentalismo. |
A virtude dos animadores de cinema é sua paciência. Dez anos depois de entrevistar várias crianças deslocadas na Cruz Vemelha de Bogotá, Jairo Carrillo, Óscar Andrade e a equipe de produção que trabalhou na realização de "Pequenas Vozes" podem vê-lo em uma tela de cinema e o diálogo que terá com o público como uma recompensa do esforçado trabalho de uma década.
Alternando o testemunho de quatro crianças que representam o caos geral da Colômbia, o labirinto de cada história e o encontro de cada criança ao final da tragédia em um bairro de bogotrópico -a salvo das balas e dos bombardeios repartidos entre as guerrilhas, os paramilitares e o Exército Nacional-, definem a tensão entre a fragilidade das vozes infantis contra o rigor brutal e dos rugidos dos mais velhos armados em uma guerra de todos contra todos.
Não há pausas no desenvolvimento do filme. Cada imagem tem sentido. A voz das crianças, como vitímas desnorteadas da guerra, explica o que acontece na tela. A palavra é filmada e a imagem é narrada. O equilíbrio entre a audição e o olho permite que o telespectador compreenda e comprometa-se com a encenação, em termos de animação, de realidade por trás das cores que são desenhados os personagens e paisagens que vivem de milagres.Cores, de alguma maneira, enganosas. Não somente por causa do projeto visual de cuidado milimétrico. A ilusão se é produzida pelo ar festivo das primeiras imagens e o início feliz que tem cada relato, sob uma vida passiva no campo, por trás disso, disfarçando-se, depois da imensidão de cores, o terror em sua volta.
O artifício evidente da animação -um desenho que fala e se movimenta- alcança em "Pequeñas voces" evocar a realidade que se traça em suas imagens. O apoio mútuo entre a visão e os efeitos da trilha sonora nos leva desde a voz suave do personagem - registradas durante as entrevistas iniciadas na Cruz Vermelha- até o estrondo da brutalidade das armas quando explodem.
Com recursos ilimitados d tecnologia do século XXI, "Pequeñas Voces" não excede em retórica visual o brilho das crianças entrevistadas, evocando as texturas dos personagens e suas fatura unidimensional, a visão simples de uma criança que tenta entender as visões de horror.
Um filme que é um tiro contra o jornalismo sensacionalista, o abuso das câmeras olhando para o brilho de uma lágrima que de fato é uma tragédia sentimental, o número de mortos no estilo de um contador, com registro no censo diário de a morte. "Pequenas voces" faz o público ouvir os personagens banidos para o conflito. Adultos sempre oferecem o seu testemunho por causa da guerra, naturalmente, não é um problema de crianças. Ainda assim, os protagonistas de ambos este filme e a realidade do outro lado da tela, a guerra vai torcer o seu caminho, levando a um futuro incerto e sombrio, esperando impossível viver separados, levando em memórias da memória da guerra.
O efeito de espanto: quando a animação pode ser, para um observador ingênuo, uma trégua para filmar a vida horrível que registra como o cenário que alimenta o mundo contemporâneo e seus reflexos, "Pequenas voces" descrevem o mundo da infância oprimida pela crueldade e ainda salvo pelo amor, sem cair na armadilha do sentimentalismo. Talvez uma aventura no reino do medo que tem sido a Colômbia desde o século XIX, mas precisava de uma aventura quando as "vozes pequenas" merecem ser ouvidas e ensinou como o mundo adulto é tão desajeitado que você pode fazer um culto da morte extermínio.
Tradução de Maria Clara Lima
---------------------------
Confiram o trailer do filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário