domingo, 11 de dezembro de 2011

Diferente, Pero no Mucho - 30-11-11

Já está disponível em nosso blog a última edição de 2011 do Diferente, Pero no Mucho!
Nesse programa, abordamos a vitória de Cristina Kirchner na Argentina um ano após a morte de seu marido, Néstor Kirchner. Além disso, lutas indígenas, FARC, música cubana e muito mais.

Agradecemos a todos os ouvintes, e até 2012!

ERRAMOS: Rodrigo Vitoria, mencionado na matéria sobre o Tráfico de Pessoas na América Latina como Oficial de Justiça do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), é, na verdade, Oficial de Programa da Unidade de Governança e Justiça. 

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

América Latina busca combater tráfico de pessoas

Por Ana Carolina Costa e Kelly De Conti

O tráfico de seres humanos é considerado uma nova forma de escravidão. Ele ocorre quando uma pessoa é forçada ou enganada por meio de promessas a migrar a um local onde será explorada. O abuso sexual e os trabalhos forçados são consequências comuns desse crime.

Esse tema, aliás, está cada vez mais em pauta na América Latina em função dos eventos esportivos que ocorrerão nos próximos anos no Brasil, com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A Rede um Grito pela Vida, sediada em Goiás, por exemplo, colocou em discussão a possibilidade de lançar a “Campanha Preventiva ao Tráfico de Pessoas na Copa do Mundo de 2014”. Os primeiros passos estão acontecendo por meio de reuniões do grupo em que são analisadas as características das cidades onde vão acontecer os jogos.


Contudo, não é apenas em função desses eventos que a América Latina luta contra o tráfico de pessoas. Em outros países, já existem algumas campanhas contra esse crime. O Diferente, Pero no Mucho apresenta algumas delas.



Coração Azul


Essa é uma campanha do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) que visa promover, a nível global, a luta contra o tráfico de seres humanos. Seu principal objetivo é conscientizar a sociedade do problema e envolvê-la no combate a essa prática, considerada a escravidão moderna. O Coração Azul representa a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas e pode ser utilizado por qualquer um que queira apoiar a iniciativa. Em 2010, o México aderiu à campanha e tornou-se o primeiro país a implantá-la nacionalmente.

Clique aqui para encontrar maiores informações, inclusive sobre como participar:



Unicef-MTV


O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a rede MTV para América Latina acabam de lançar uma campanha, denominada “Exit: fin a la trata y la exploración”, em prol da luta contra o tráfico de pessoas na região. A iniciativa conta com spots que serão veiculados na emissora, atividades e eventos para jovens (grandes vítimas do tráfico de seres humanos), um documentário e uma canção produzida pela banda de rock “Calle 13, grande ganhadora do Grammy Latino 2011. Clique aqui para assistir ao trailer do documentário.

+ http://www.mtvexit.org/es/category/mtv-exit/about/


Fundación María de los Ángeles

Essa organização foi criada, na Argentina, para dar assistência jurídica e psicológica às vítimas. A Fundação também realiza a prevenção através de campanhas e palestras, além de capacitar juízes, procuradores e policiais para saberem lidar e reconhecer esse crime. Através do site, é possível encontrar formas de denunciar, além de publicar fotos e informações de pessoas desaparecidas. Clique aqui para acessá-lo.

sábado, 22 de outubro de 2011

Eleições argentinas: Cristina é favorita e oposição já discursa como derrotada

Na véspera das eleições presidenciais na Argentina, com a presidente Cristina Kirchner como favorita absoluta à vitória no primeiro turno, você ouve aqui um boletim exclusivo produzido pela nossa correspondente Aline Camargo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Música sem fronteiras

Por Ana Carolina Costa e Kelly De Conti


As fronteiras entre o Brasil e alguns de seus países vizinhos estão bem demarcadas, mas apenas se limitarmos essa visão ao aspecto geográfico. Um dos exemplos mais nítidos de proximidade e quebra de fronteiras fica por conta de elementos culturais. A música, em especial, vive um momento de integração entre o estado brasileiro do Rio Grande do Sul e os países platinos Argentina e Uruguai.

Entre os principais responsáveis por essa conexão entre as músicas de tais locais estão os brasileiros Vitor Ramil e Marcelo Delacroix, os irmãos uruguaios Jorge e Daniel Drexler e o argentino Kevin Johansen. A cantora e compositora uruguaia Ana Prada também é um nome forte. Outro movimento de aproximação ocorreu com a formação do grupo Surdomudo Imposible Orchestra, idealizado pelo brasileiro Arthur de Faria e pelo argentino Carlos Villalba.

O Templadismo, nome criado pelos irmãos Drexler para designar o vínculo entre os artistas da região, quebra as fronteiras territoriais e estabelece relações entre os temas das letras e o ritmo das canções. No texto abaixo, há a trajetória desses artistas e as características das músicas, além de algumas indicações selecionadas pelo Diferente, Pero no Mucho.

A equipe do Pero também entrevistou a doutora em Comunicação e Informação Vera Raddatz, que tem como um dos focos de sua pesquisa a identidade cultural em regiões fronteiriças. Ela falou sobre a música dos pampas e a relação desta com os habitantes da região. A forma curiosa como os veículos de comunicação transmitem o intercâmbio cultural também foi tema da entrevista com a pesquisadora gaúcha. Clique aqui para ouvir.


Personagens do Templadismo

Vitor Ramil

Com pouco mais de 30 anos de carreira, Vitor Ramil é um dos principais nomes da música gaúcha. Sua trajetória, iniciada aos 18 anos de idade, foi marcada por trabalhos ricos em termos de experimentação musical e composição. Em 1997, ao lançar o CD “Ramilonga – A estética do frio”, inaugurou as sete cidades da milonga (ritmo presente no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai): Rigor, Profundidade, Clareza, Concisão, Pureza, Leveza e Melancolia. Percorrendo o imaginário regional gaúcho e o espaço urbano do estado, alcançou uma contundência e originalidade musical que elevariam esse trabalho como o marco zero de sua carreira artística. Era o resultado de um projeto iniciado quatro anos antes, quando lançou o artigo “A estética do frio” em uma coletânea chamada “Nós, os gaúchos”, publicada pela Editora da UFRGS. O trabalho seguinte, “Tambong”, gravado na Argentina, trouxe à tona as combinações da musicalidade e poesia brasileiras combinadas com as dos países do Prata (Argentina e Uruguai). No final de 2004, Vitor Ramil lançou o livro “A estética do frio – Conferência de Genebra”, resultado da palestra apresentada na cidade suíça em 2003. As ideias contidas na publicação ganharam repercussão no Brasil e em seus vizinhos platinos. Hoje, Vitor Ramil trabalha em parceria com os irmãos Jorge e Daniel Drexler na tentativa de consolidar o movimento de intercâmbio musical na região.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=JP5zTlLZ4os


Jorge e Daniel Drexler

Vindos de uma família de músicos, os irmãos Drexler, nascidos em Montevidéu, buscam reunir artistas da região e estabelecer um vínculo entre a paisagem platina, a temática das letras e o tom melancólico das canções. Jorge (na foto à esquerda), em 2005, ganhou o Oscar de melhor trilha sonora pela música “Al otro lado del rio”, do filme Diários de Motocicleta. A premiação abriu novas portas para a possibilidade de intercâmbio musical entre artistas brasileiros, uruguaios e argentinos. Essa certa música do sul vem sendo chamada de “templadismo”, nome criado por Daniel (na foto à direita), que, como médico otorrinolaringologista, atende os principais músicos uruguaios, entre eles Jaim Ross, Fernando Cabrera, Antonio Fattoruso e integrantes de bandas como No te va gustar e La Trampa. Desse contato, nasceram muitas parcerias.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=pgrebW35hag&feature=related


Ana Prada

Cantora e compositora uruguaia, Ana Prada também tem um trabalho voltado para as raízes culturais de seu país. No seu primeiro disco solo, “Soy sola”, lançado em 2007, os ritmos folclóricos do Prata estão presentes em uma mistura com influências da música mundial, como o rock. Integrante do quarteto vocal feminino La otra, já trabalhou com ícones da música popular uruguaia, como Fernando Cabrera e Rubén Rada. Juntamente com Daniel Drexler, Vitor Ramil, Marcelo Delacroix, Ana tem viajado para mostrar o espetáculo SinFronteras.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=JI-oJBYtfQU&feature=related


Kevin Johansen

Criado na Argentina desde os 12 anos de idade, Kevin Johansen começou sua carreira musical em bandas de rock locais, como a Instrución Cívica. Entre 1990 e 2000, morou em Nova Iorque, onde tocava em bares de música latina. Após o regresso à Argentina, gravou quatro discos fortemente marcados pela mistura de ritmos latino-americanos e pelo bilingüismo, uma mistura constate entre inglês e castelhano. Kevin é um dos principais promotores da integração entre brasileiros, argentinos e uruguaios.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=7k-wWOdPiCM


Marcelo Delacroix

Músico, cantor, compositor, produtor, arranjador e educador musical. Esse é Marcelo Delacroix. Formado em música pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), ele traz em seu currículo dois Prêmios Açorianos de Música de Melhor Disco de MPB e um de Melhor Disco do Ano. Suas trilhas para teatro e espetáculos de dança também já lhe renderam muitas premiações e/ou indicações. Seu trabalho tem grande influência dos ritmos e paisagens platinas.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ynJGGKE7NrM


Surdomundo Imposible Orchestra

Nascido da iniciativa do compositor gaúcho Arthur de Faria e do produtor argentino Carlos Villalba, o grupo Surdomundo Imposible Orchestra é um dos mais claros exemplos desse movimento de integração entre a música gaúcha e a de seus vizinhos platinos. Durante dois anos, os idealizadores do projeto tentaram conciliar as agendas de sete artistas vindos daquele que se convencionou chamar “Sur Del Mundo”, mas só em 2010 o primeiro encontro de fato aconteceu. A partir de então, formou-se a banda, que conta com nomes importantes de grupos famosos da região, como Los Shakers e a Orquestra Típica Fernandez Fierro, além de consagrados artistas de carreira solo, como Martín Buscaglia. Também fazem parte do grupo Ignacio Varchausky (Argentina), Mauricio Pereira, Caito Marcondes e o próprio Arthur de Faria.

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=sDc_ULYDVFM&feature=related

terça-feira, 27 de setembro de 2011

América Latina é uma região de conflito

Latino pode ser associado a caloroso, festivo e boa gente. As grandes guerras do continente ficaram lá atrás, na formações das república, e ouve-se falar com uma tristeza solene os tempos difíceis das ditaduras.

A América Latina é uma região de conflitos. Ao final das ditaduras, muitos países da região seguem com batalhas internas, a maioria ligadas a questão da terra.

O mais conhecido conflito na região é o da Colômbia. O país vive em situação beligerante desde metade do século passado, com as batalhas entre os paramilitares, guerrilhas e o exército.

No Chile, o final da ditadura de Pinochet não acabou com as perseguições políticas. Já em Cuba, desde o início do governo de Fidel, independente de ideologias, há coerção de certa parte da população. No Peru, o conflito fica a cargo do Sendeiro Luminoso - uma guerrilha cujo o objetivo era o de superar as instituições burguesas peruanas por meio de um regime revolucionário e comunista de base camponesa, utilizando-se do conceito maoísta de Nova Democracia.

América Latina é a região mais perigosa do planeta


Em 2011, a América Latina tornou-se a região mais violenta do mundo. Segundo os dados do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), 27% dos homicídios do planeta ocorrem no subcontinete. Esse número indica que cerca de 90 mil pessoas são assassinadas na região. A OEA (Organizações dos Estados Americanos) alertou que a cada quatro minutos, uma pessoa morre por motivos violentos.

Em 2008, o título de cidade mais violenta do mundo foi para a mexicana Ciudad Juárez. A cidade  faz fronteira os Estados Unidos, mais precisamente com a cidade de El Paso, no Texas.

Em Juárez vivem cerca 1,4 milhão de mexicanos e a taxa de homicídios foi de 130 vítimas a cada 100 mil habitantes, naquele ano. A violência em Juarez é devido ao trafico de narcótico que deu para a cidade o título de Cartel de Juarez. Em 2010, o local foi palco de chacinas, deixando cerca de 3 mil mortos ao final daquele ano.

No Brasil, o Ministério da Justiça lançou em janeiro desse ano um ranking com as cidades mais violentas do país. Ituporanga, no estado do Pará, superou a cidade de Juarez no México, com uma taxa de um pouco mais de 160 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Entre as 30 cidades mais perigosas do Brasil, oito estão na região norte. Porém, é o nordeste que alcança a vergonhosa liderança de região mais violenta, tendo 12 cidades entre as 30 mais perigosas.

No dia 14 de setembro, a administradora geral do Pnud, Helen Clark, esteve no Fórum de Segurança Regional, Cidadã e Desenvolvimento. Ela convocou os governos latino-americanos a trabalharem em programas integrais que fortaleçam o combate contra a violência e o crime organizado. Ela acrescentou também que os países da América Latina destinaram recursos entre 5% e 40% de seu produto interno bruto (PIB) para fazer frente à insegurança.

Mas também advertiu que esses países "não podem destinar somente recursos para combater a criminalidade deixando de lado os programas de desenvolvimento". Por isso, a administradora geral se dedicou a criar planos integrais de cooperação regional nesse sentido.

VEJA O RANKING NO M.J.

  • 1º. Itupiranga – 160,6 homicídios por 100 mil habitantes
  • 2º. Simões Filho – 152,6 homicídios por 100 mil
  • 3º. Campina Grande do Sul – 125,5 homicídios por 100 mil
  • 4º. Marabá – 125 homicídios por 100 mil
  • 5º. Pilar – 110,6 homicídios por 100 mil
  • 6º. Goianésia do Pará – 109,6 homicídios por 100 mil
  • 7º. Serra – 109 homicídios por 100 mil
  • 8º. Maceió – 107,1 homicídios por 100 mil
  • 9º.Itapissuma – 106,8 homicídios por 100 mil
  • 10º. Guairá – 103,6 homicídios por 100 mil

Com informações do Pnud, da Onu, do Ministério da Justiça e o portal R7.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Já estão disponíveis aqui os nossos três últimos boletins "Minutos, Pero no Mucho", com os principais destaques dos países latino-americanos nessas semanas que antecedem a revista radiofônica "Diferente, Pero no Mucho".

E na próxima quarta-feira (28/09), 19h, tem "Diferente, Pero no Mucho" na Rádio Unesp FM (105,7 ou http://radio.unesp.br/vivo/ ).

Ouça os boletins:

Minutos, Pero no Mucho (27/09/2011)
Pero 27-09-2011 by Diferente, Pero no Mucho

Minutos, Pero no Mucho (20/09/2011)
Pero 15-09-2011 by Diferente, Pero no Mucho



Minutos, Pero no Mucho (13/09/2011)
Pero 08-09-2011 by Diferente, Pero no Mucho

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Após ter 35 dos candidatos assassinados, Guatemala terá segundo turno nas eleições

A votação nos 2.500 colégios eleitorais da Guatemala ocorreu em clima de tranquilidade após uma corrida eleitoral digna de roteiro de filme. Cerca de 7,3 milhões de eleitores votaram, mas a decisão de quem vai governar o país pelos próximos quatro anos ficou para o segundo turno.

Para que o resultado saísse, era necessário que um dos dez candidatos que concorreram à Presidência obtivesse 50% mais um dos votos válidos. Como isso não aconteceu, os guatemaltecos voltarão às urnas no próximo dia 6 de novembro. Eles deverão escolher entre o general de direita Otto Pérez Molina (à esquerda na foto), do Partido Patriota, e o centrista Manuel Baldizón (à direita na foto), da Liberdade Democrática Renovada. Molina recebeu mais de 1,6 milhão de votos (36, 03%), contra pouco mais de 1 milhão de seu adversário, o equivalente a 23,2% dos votos.

As eleições foram marcadas pelo assassinato de 35 candidatos durante a corrida eleitoral. Há também suspeitas de que algumas campanhas foram financiadas por narcotraficantes, como o cartel mexicano Los Zetas, que domina o norte da Guatemala.

Outra polêmica envolveu a então favorita à Presidência, Sandra Torres. Em março, ela se divorciou do atual presidente, Álvaro Colom, para concorrer ao cargo, já que a Constituição do país proíbe a candidatura de parentes próximos. Entretanto, há cerca de um mês, a Suprema Corte da Guatemala decidiu que a atitude da ex-primeira-dama era ilegal, cancelando sua candidatura.

Além dos representantes do Poder Executivo nacional, os guatemaltecos elegeram 158 deputados para o Congresso e 20 para o Parlamento Centro-Americano, além de 333 prefeitos. É a quarta vez que a Guatemala realizada eleições depois do fim da guerra civil, em 1996. O conflito durou 36 anos, aumentando a pobreza e os índices de criminalidade no país.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Salário Mínimo é reajustado na Argentina

Em um boletim, a nossa correspondente Aline Camargo conta os detalhes do aumento do salário mínimo argentino, aprovado pela presidente Cristina Kirchner. A presidente, que está a dois meses de concorrer à re-eleição, declarou que o importante não é apenas o reajuste. Ouça:


Boletim salário mínimo na Argentina by Diferente, Pero no Mucho

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Hugo Chávez defende ex-ditador da Líbia e propõe contraofensiva

Chávez é um dos principais aliados do governo de Kadafi

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu que o ex-ditador líbio Muamar Kadafi resista à crise política vivida em seu país e afirmou que apoia o seu governo. Na América Latina, Chávez é o principal aliado de Kadafi, cujo paradeiro é desconhecido desde o dia 20 de agosto.

Em entrevista à emissora de televisão estatal VTV, o venezuelano afirmou que “ninguém sabe onde Kadafi está”, mas que tem certeza de que “ele está longe de pensar em deixar a Líbia”. Para Chávez, os conflitos que acontecem no país africano desde fevereiro seriam uma tentativa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e dos Estados Unidos de controlar a produção petrolífera da Líbia.

O presidente ainda defendeu a formação de um grupo que promova “uma contraofensiva mais coordenada para deter essa barbárie”, o qual seria formado pelos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), pelos que possuem governos de esquerda na América Latina e também pelas nações africanas. Segundo Hugo Chávez, essa comissão teria como fim mediar e encontrar uma solução não violenta para o conflito.

Ele também criticou a declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que os métodos usados na Líbia poderiam fazer parte do conflito contra o terrorismo em outros países. "Não venham inventando que temos armas químicas, que estamos massacrando nossa população, que apoiamos o terrorismo. Não venham com sua frota incendiar nosso continente", disse Chávez.


Laços antigos


As relações entre o presidente da Venezuela e o ex-ditador líbio, entretanto, não começaram apenas após o início dos conflitos. Em setembro de 2009, por exemplo, após a 2ª Cúpula América do Sul-África, eles se reuniram em Caracas, capital venezuelana, para assinar oito acordos de cooperação entre os países. Ambos afirmaram que o objetivo era desafiar o “imperialismo” das nações ricas.

Naquela ocasião, Chávez comparou Kadafi ao herói da independência venezuelana. “O que Simon Bolívar fez para o povo venezuelano, Muamar Kadafi fez para o povo líbio. Ele é o libertador da Líbia”, afirmou.

Em março do mesmo ano, foi Kadafi quem homenageou Hugo Chávez, quando um estádio de futebol na cidade de Benghazi, no norte da Líbia, foi batizado com o nome do presidente do país sul-americano.

9ª Exposição de Artistas Plásticos Argentinos Residentes no Brasil

Por Jéssika Elizandra

De 10 de agosto a 4 de setembro, o Memorial da América Latina abrigou a 9ª Exposição de Artistas Plásticos Argentinos Residentes no Brasil. O Club Argentino de São Paulo, que organizou a mostra, tem como objetivo tanto afirmar a nacionalidade de seus membros, quanto integrá-los à população brasileira.

O curador da exposição, Oscar D`Ambrosio, comenta o que mudou das edições anteriores da exposição para a mais recente, o tema “Florestas” (escolhido após a ONU declarar 2011 o Ano Internacional desses ecossistemas tão ameaçados) e o processo de produção das obras.

Participaram da mostra 23 artistas plásticos argentinos, sendo 19 deles residentes do nosso país. Além de pinturas, a exposição exibiu esculturas e uma instalação. Oscar D`Ambrosio explica a influência do Brasil e da Argentina no trabalho dos artistas.


Antonio Lizárraga, artista plástico argentino radicado em nosso país, foi o homenageado nesta edição do evento. Representante do abstracionismo geométrico, faleceu em 2009, deixando, além das ilustrações e pinturas que lhe deram fama, obras onde utilizou técnicas como gravura e serigrafia. Duas destas últimas abriam a exposição.

O que mais chama atenção nas obras expostas é que elas não têm um estilo puramente argentino ou brasileiro, mas sim uma mistura dos dois, resultando em uma estética bastante original. Apresentam também uma grande variedade de técnicas, estilos e nos materiais utilizados para confeccioná-las, devido ao grande número de artistas expondo. Confira algumas:




A obra de Leila Monsegur agrada não só pelo pleno domínio da técnica, mas pelo simbolismo e emoção que consegue transmitir.







Eduardo Schamó, em suas três obras,
utiliza materiais reaproveitados.







Ester Santiago mostra a natureza enfrentando as violências as quais o homem a submete.









Horacio Gerpe utilizou madeira de cedro, folha de ouro e cobre, na produção de sua "Árvore do Conhecimento na Floresta de Eldorado".








Juan Maresca utiliza colagem manual de papéis coloridos, escaneamento do resultado, digitalização, impressão em tela vinílica e aplicação de pintura florescente, em umas das obras mais belas da exposição.



O evento se repetirá em 2012, com o tema “Escritores Argentinos”. Cada artista poderá escolher o escritor ou o livro argentino que deseja homenagear, contanto que estes não se repitam. O objetivo é apresentar á sociedade brasileira autores argentinos que não sejam os mais conhecidos, como Jorge Luis Borges ou Julio Cortázar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Diferente, Pero no Mucho - 02/09/2011

E foi ao ar a primeira revista "Diferente, Pero no Mucho" do semestre! Quem perdeu já pode ouvir aqui no nosso blog.

Entre os destaques dessa edição, conflitos indígenas na Amazônia boliviana, a questão da universidade pública na Argentina e também no Chile, imigração latina no Brasil, 100 anos de Machu Picchu e muito mais.

Novo Relatório sobre as vítimas da Ditadura Pinochet

Protestos por reconhecimento das vítimas das ditaduras latino-americanas
Foi divulgado recentemente no Chile, o terceiro relatório sobre a ditadura de Augusto Pinochet. O documento publicado pela Comissão Valech mostra um aumento no número de vítimas e mortos em relação ao relatório anterior. Estima-se que há mais de 40 mil vítimas e 3.225 pessoas entre mortos e desaparecidos.

A Ditadura Pinochet durou 17 anos e foi um período muito conturbado na história do país. Financiada pelos Estados Unidos numa tentativa de mostrar que um governo ditatorial seria melhor que um governo socialista (o governo de Salvador Allende), o golpe militar foi marcado pela morte de vários artistas e da elite pensadora, além de cidadãos comuns. Iuri Cavlak, professor da Universidade Federal do Amapá, explica que sendo o Chile um país pequeno, a proporção do número de vítimas se torna absurda. “60 mil desaparecidos em um país como o nosso, de 150 milhões de habitantes na época era uma coisa. Agora em um país que tinha sei lá, 10 milhões de habitantes é uma fratura muito maior, sem falar daqueles que foram presos, perseguidos, torturados ou mortos”.

A Comissão Valech, autora do relatório, percorreu o Chile entrevistando cerca de 30 mil pessoas, mas muitas vítimas ficaram de fora por medo, por morarem afastadas ou ainda por falta de informação. Por esses motivos, o professor comenta que a Comissão deveria ser permanente: “São crimes dos anos 70. Já estamos em 2011 e ainda não se sabe quais são os danos humanos, em termos de vida, da ditadura. Então a comissão deve existir para que sejam aprofundadas essas investigações”.

Ainda segundo o professor, a indenização às vítimas é necessária apesar de que “Não há valor para uma vida humana". Para ele, outras medidas são necessárias como o reconhecimento de pessoas que sofreram indireta ou diretamente com a ditadura, e a prisão dos generais culpados e o Estado chileno tem que ser reconhecido como o autor das mortes e do terrorismo causado na época.

Em outros países da América Latina está ocorrendo um início, bem tímido, de reconhecimento dos crimes cometidos durante a ditadura. Na Argentina alguns militares que participaram ativamente do processo foram condenados. Isso pode ser considerado como uma abertura dos arquivos da ditadura até certo ponto. Segundo Iuri. “Deveria ser um ritmo maior, porque por enquanto eles estão pegando os generais mais velhinhos. É melhor que nada! Mas para as pessoas que foram injustiçadas ainda fica um gostinho de quero mais. Precisaria ir mais além: mais justiça, mais abertura e mais punição”.

Segundo ele, “O Brasil está na rabeira, na retaguarda. Estão dificultando muito o acesso aos arquivos, não estão punindo ninguém e nós não vemos movimentação dos políticos nesse sentido”. Para o professor, o Brasil não tem tanto interesse que mexam nos arquivos, porque os políticos e militares que fizeram parte do golpe estão ainda hoje no poder. Além da Argentina, nenhum país latino-americano teve alguma abertura dos seus arquivos militares.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Rodeada de mistérios, Machu Picchu completa 100 anos de sua descoberta

Por Ana Carolina Costa e Kelly De Conti Rodrigues

No dia 24 de julho de 1911, o professor norte-americano Hiram Bingham, integrante de uma expedição financiada pela Universidade de Yale (Estados Unidos) e pela National Geographic, encontrou as ruínas daquilo que parecia uma cidade no cume de uma montanha localizada em meio à floresta amazônica no sudeste do Peru. O lugar foi chamado de Machu Picchu, que significa velha montanha em quíchua, uma língua indígena da região. Era um novo mundo a ser explorado.

Hoje se sabe que as construções da “cidade perdida” (apelido dado ao local por Hiram) datam do século XV e foram construídas a mando do imperador inca Pachacútec. Mas ainda existem perguntas a serem respondidas. O fato de a cidade estar localizada em um local pouco propício para planos de engenharia ou o significado das misteriosas construções de Machu Picchu são questões que permanecem.

A cidade perdida é dividida em duas partes: uma agrícola, formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada, com templos, praças e mausoléus reais. Considerada um Patrimônio Mundial pela UNESCO e uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, ela atrai turistas do mundo todo.

A grande quantidade de pessoas que freqüentam o local, no entanto, causou alguns problemas. Segundo a Unesco, a estabilidade da montanha poderia estar em risco e, para garantir a preservação, o órgão estabeleceu o número máximo de 1.800 visitantes por dia. Apesar da restrição, Machu Picchu representa 70% da arrecadação do Peru com turismo, o que se traduz em 100 milhões de dólares por ano.


Especialista explica os mistérios de Machu Picchu

Confira a entrevista que Cristiana Bertazoni, doutora em História Pré-Colombiana pelo Departamento of Art History and Theory da University of Essex (Inglaterra), concedeu ao Pero. Cristiana fala sobre as teorias envolvendo Machu Picchu e a civilização inca:
Entrevista com Cristiana Bertazoni


Uma visita diferente, pero no mucho

Neste site, você pode fazer um tour virtual por Machu Picchu:
http://www.panoramas.pe/machupicchu100.html

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Flauta de Pã sopra os ventos andinos



As nações andinas evocam um único som. Grave ou agudo, é o selo que une os povos daquela região. A flauta de pã é feita de bambu, carrega orgamentos quechuas e assemelha-se a um orgão de sopro. Aliás, para tocar esse instrumento é preciso muito fôlego, já que o som é o resultado do sopro sobre os canos de bambu.

A origem da flauta é controversa. Dizem que um certo dia, um velho andino volatava para a sua casa, no campo, quando ouviu pela primeira vez o vento ecoar pelos bambus produzindo uma melodia divina.

Achando ser um presente do Deus do Vento, o ancião construiu sua própria flauta, dando início a um forte traço da cultura andina. A música doce e forte dessa flauta marca a tradição desse povo.

"Não sei tocar, é muito difícil. Mas é um som do nosso folclore", diz Rafael, boliviano residente em São Paulo.

Durante as comemorações da Independência da Bolívia, foi possível ver muitas flautas de Pãs na Praça Kantuta, zona norte de São Paulo, e reduto de comunidades latinas.




Mais quem foi Pã?

Pã é um deus grego. Ele represeta os bosques e os pastos. Se você assistiu o filme Labirinto de Fauno vai saber de quem eu estou falando, Pã é o deus com chifre e pés de cabra.

Pã se apaixonou  por Syrinx, mas ela não quis se aproximar dele. O deus encontrou consolo nos caniços da encosta do rio Lineu; e os transformou em uma espécie de instrumento.

------

Quer aprender a fazer uma flauta de Pã? Dá uma olhada nesse blog aqui ou no vídeo abaixo, que ensina como construir um flauta de material reciclado.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Saiba mais: corrida eleitoral na Argentina

Candidatos passaram por eleições primárias no último domingo
Entre os principais candidatos à presidência da Argentina estão Cristina Kirchner, atual presidente do país e representante do partido Justicialista Frente para La Victoria, Ricardo Alfonsín, da Unión Cívica Radical, e o ex-presidente Eduardo Duhalde, do Partido Justicialista, e Hermes Binner, do Partido Socialista. Também estão no páreo Alberto Rodríguez Saá, do Partido Justicialista; Elisa Carrió, da Coalición Cívica ARI (CC-ARI); Jorge Altamira, do Partido Obrero; Alcira Argumedo, do Proyecto Sur; José Bonacci, do Partido del Campo Popular, e Sergio Pastore, do Movimiento de Acción Vecinal.

São essas as propostas e diferenças entre os três candidatos mais votados nas primárias:
Cristina Kirchner, candidata à reeleição, defende basicamente que sua proposta é a continuação do trabalho que vem fazendo no país. A presidenta defende uma reforma eleitoral e partidária. Cristina também promete melhor distribuição de renda, defesa dos direitos humanos e fortalecimento da soberania nacional. A proposta mais inusitada é a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas argentinas.

Alfonsín, o segundo mais votado nas eleições primárias do dia 14 de agosto, defende a reforma do código de processo penal, maior fiscalização sobre os recursos administrativos e públicos e maior acesso à informação. O candidato promete criar uma lei que coordene e fiscalize o acesso à informação de maneira que haja maior discussão sobre questões como políticas públicas, bem como o maior interesse e a maior divulgação de questões relacionadas aos governos e à política de uma maneira geral.

Diferentemente de Cristina, que defende a continuação de um trabalho, Duhalbe acredita que um novo rumo precisa ser traçado. O candidato propõe modernizar o transporte, e defende melhorias na saúde, segurança e educação. Duhalbe propõe, ainda, a criação do “Ministério dos Jovens”, para fortalecer a participação política deste segmento da sociedade, além de buscar benefícios que os atinjam.

A esquerda

O candidato da Frente de Izquierda y de los Trabaladores, Jorge Altamira, apesar de conquistar 2,37% do eleitorado nas eleições primárias, apresenta propostas polêmicas e é considerado um dos únicos candidatos de oposição ao atual governo. Uma de suas propostas mais radicais determina que nenhum funcionário político possa receber salários maior que dos professores. O não pagamento da dívida externa é uma das questões que defende.

Veja Mais:

A Favorita:

Cristina alcança todas as classes sociais:
http://www.clarin.com/politica/elecciones/Cristina-voto-distintas-clases-sociales_0_536946322.html

Vídeos:

O que são as eleições primárias?
http://www.youtube.com/watch?v=tvxj0Zx2CUc
http://www.youtube.com/watch?v=i0Yk8NXs53c