domingo, 28 de novembro de 2010

Cólera abala o Haiti


O Haiti foi assolado por duas tragédias - primeiro, o terremoto de 7.3 na escala Richter e depois, o furacão Tomas - e agora, enfrenta uma epidemia de cólera.
Destruídos pelas duas primeiras tragédias, o país tem sofrido com a cólera desde outubro, devido a falta de saneamento básico e água potável. A estimativa é de que mais de 1600 pessoas tenham morrido e 70 mil já tenham contraído a doença.
Entre os problemas encontrados no país, a organização Médicos sem Fronteira (MSF) salienta o feriado dos mortos - que levou a doença a todas as dez províncias do Haiti - e a volta dos tratados para os locais aonde se contaminaram originalmente. Apesar das campanhas de conscientização veiculadas por todos os orgãos independentes, o país sofre cm a falta de água potável, saneamento básico e higiene. Segundo os próprios habitantes, não há porque a divulgação da prevenção se os haitianos não tem condições de arcar com tal despesa. O país não tem condições de se reerguer sem ajuda já que 80% das estruturas foram destruídas no começo do ano. O Haiti tem atualmente 1,4 milhão de desabrigados que vivem em campos abertos, vivendo de batatas e outras vegetais que encontram.

A doença também atingiu outros dois países como a República Dominicana e os Estados Unidos. No primeiro, foram identificados seis casos, todos provindos do Haiti. Na Flórida somente um caso foi identificado. Em ambos os países, foram tomadas medidas para evitar a travessia de doentes, além da descontaminação na fronteira.
Dentro do país, a situação é mais intensa. Todas as dez províncias tiveram óbitos, e sofrem com superlotação em seus postos de tratamento e unidades menores. A MSF que já estava no país auxiliando os desabrigados da tragédia tem mais de 2000 leitos, mas pretende aumentar o número para 4000. O atendimento tem sido feito até mesmo em espaços abertos o que gera preocupação aos voluntários.
A porta-voz da Médicos Sem Fronteira, Vânia Alves, disse por telefone que a situação é preocupante na região. A organização tem mais de 2000 leitos no Haiti e pretende expandir o total para 4000. Outras organizações também tem ajudado o Haiti tanto com médicos quanto donativos. O Brasil e Cuba estão organizando hospitais de campanha para atender novos casos. A Espanha mandou trinta e nove toneladas de suprimentos médicos e tanques de água. O Reino Unido prometeu 1000 médicos e enfermeiros para ajudar nos postos. Além disso, a ONU pede que o fundo de emergência seja desbloqueado o que enviaria 163 milhões de dólares para o Haiti.
Porém, o país tem enfrentado outros problemas como os protestos da população que teme com a disseminação da doença. "No começo do mês, um de nossos postos sofreu com um protesto. Mas acreditamos que isso se deve ao medo da população em ter um posto de tratamento perto de casa, perto de escolas. O medo se deve pela falta de informação, a 40 anos o Haiti não tinha um surto de cólera" disse Vânia Alves ao Pero no Mucho.
Os protestos atingiram principalmente as tropas da MINUSTAH - Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti - que são acusadas de disseminar a doença no Haiti. Os manifestantes jogaram pedras contra os soldados e veículos da ONU, levantando cartazes de protesto e pedindo a saída da organização do país. Para as tropas brasileiras da MINUSTAH, o protesto tem caráter político.
O Haiti decidi hoje seu novo presidente o que gera especulações. Teme-se fraude e problemas durante estas eleições.
O Pero no Mucho continuará com a cobertura da crise no Haiti em boletins semanais.
Acompanhe, clicando aqui, um relato sobre o Haiti.

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