O ex-presidente Néstor Kirchner faleceu na quarta-feira, 27 de outubro, aos 60 anos. Em setembro, Kirchner reclamou de dores no peito e foi submetido a uma angioplastia coronária. Na manhã da quarta, ele teria passado mal e sido internado, sofrendo uma parada cardiorrespiratória ainda pela manhã.
Néstor Kirchner foi velado por dois dias na Casa Rosada, em Buenos Aires, recebendo a visita de inúmeros partidários e simpatizantes do ex-presidente. Os presidentes de diversos países da América Latina, entre eles, o presidente Lula, foram prestar suas últimas homenagens a Néstor. No sábado, o corpo foi encaminhado para a cidade natal, Rio Gallegos, no sul da Argentina, onde seria enterrado.
Após sua carreira política como presidente da Argentina, Néstor Kirchner ficou conhecido por sua atuação como secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas e líder do partido Justicialista, sendo forte candidato as eleições de 2011. Porém, nos últimos anos, ficou conhecido por sua atitude sempre nas sombras da esposa e atual presidente, Cristina Kirchner.
Entretanto, o que muda na política argentina com a morte de Kirchner?
A presidente Cristina Kirchner, apesar das incertezas, disse que pretende se candidatar as eleições presidenciais de 2011. O partido Justicialista e seus membros ainda não se pronunciaram a respeito das eleições do próximo ano.
Para o professor da Cásper Líbero e jornalista historiador, Gilberto Maringoni, Cristina tem chances de se reeleger. "Néstor Kirchner era o virtual vencedor das eleições próximas, mas a morte dele cria tamanha comoção na Argentina que a tendência é um maior apoio a Cristina." Completa ainda que Cristina não era somente 'Relações Públicas' do governo, mas uma forte governante para o país. "Tenta-se construir uma imagem da Cristina Kirchner como ela sendo um apêndice do marido. Isso é falso. Ela é uma senadora de grande expressão. Existia o apoio do marido, mas ela é uma liderança única".
Por outro lado, para o professor de estudos sobre a América Latina, Mário Gaspar Sacchi, a falta de apoio por parte de empresários e investidores pode afetar a candidatura de Cristina. O grupo teme as medidas intervencionistas que o governo argentino vêm fazendo e o modo como a economia local tem sido afetada. Sacchi completa que foi visível o apoio a candidata por parte de cidadãos que recebem uma bolsa especial do governo, o que o entrevistado chama de "bolsa-família argentino".
Porém, segundo pesquisas, a popularidade de Cristina Kirchner alavancou com a morte do marido. Gilberto Maringoni considera que o povo pode ter passado a ver Cristina como uma continuidade as medidas tomadas pelo governo de Néstor Kirchner e daí, seu apoio. "Ela aparece como fiadora, mais do que como herdeira, como fiadora do projeto de Néstor. Um lado da população argentina que busca desenvolvimento, justiça social. Essa idéia de que os Kirchner são uma continuidade.
Cristina Kirchner disse recentemente que não pretende mudar os rumos do governo, porém, o que resta é esperar e ver os resultados do último ano de mandato da presidente.
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