terça-feira, 16 de novembro de 2010

Marcha do Orgulho Gay na Argentina comemora Lei do Matrimônio Igualitário


O último dia 13 foi de festa em Buenos Aires. O primeiro domingo do mês de novembro foi palco da 19ª Marcha do Orgulho Gay, que começou na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, percorreu a Avenida de Maio e terminou em frente ao prédio do Congresso Argentino. Esse ano, o movimento além de reivindicar seus direitos, como a mudança de gênero nos documentos de homens e mulheres transexuais, comemorou a aprovação da Lei do Matrimônio Igualitário.

Essa lei tornou possível a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e foi uma das maiores conquistas do movimento gay argentino. Sua aprovação é considerada um avanço na legislação do país, o primeiro da América do Sul a permitir o casamento homossexual.

O estudante Lucas, 19, homossexual, falou ao Pero sua opinião, " Eu acho que foi um avanço na legislação da Argentina, porque permite uma coisa que é proibida em vários países do mundo e faz com que todo cidadão tenha o direito de ter um casamento legal, homologado pela lei".
A aprovação trouxe a discussão à tona em países vizinhos. A falta de leis voltadas aos homossexuais e o déficit de propostas de igualdade para eles voltou a ser questionadas em países como o Brasil, semelhante culturalmente à Argentina e que não viu, durante as eleiçõies presidenciais, um número significativo de propostas que atendessem às reivindicações do movimento GLBT.

Durante as campanhas dos principais candidatos pouco se falou sobre casamento gay e adoção de crianças por casais do mesmo sexo e mesmo discussões como a legalização do aborto tomaram rumos religiosos, tornando essa possibilidade uma questão moral e não um problema de saúde pública.

Para a socióloga Larissa Peúcio, vice-coordenadora do Grupo de Estudos Corpo, Identidade e Subjetivações, os candidatos do executivo, ao tornarem suas campanhas voltadas ao público religioso dificultam a defesa de ideias não aceitas por autoridades cristãs, menciona, no entanto,candidatos ao legislativo, "Os candidatos do legislativo, como eles foram fazer campanha um pouco mais diversificada, no sentido de que um defende uma plataforma com educação, um outro com uma plataforma com questões mais raciais, nós tivemos também candidatos que tiveram a sua bandeira colorida".

Mas lembra que dos candidatos que defenderam os interesses GLBT, poucos foram eleitos, o que questiona a mobilização do movimento e alerta para o preconceito ainda muito presente nas sociedade brasileira, bastante apegada aos ideiais cristãos e culturalmente machista.

Por esse motivo, segundo Larissa, o movimento no Brasil não luta apenas por igualdade, mas alia-se à outras causas sociais, "A gente tem trabalhado com uma bandeira contra a homofobia, o machismo e o racismo. Eu acho que trabalhar nesse tripé é dar conta de um leque grande de questões culturais, sociais, que incidem diretamente na vida de vários sujeitos, independente de você ser heterossexual, homossexual ou transsexual".

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