Desde o final de outubro passado, uma crise tem agitado a Costa Rica e a Nicarágua com troca de acusações e processos chegando na OEA e no Tribunal Internacional de Haia.
A crise teve início em outubro, no dia 21, com a invasão das tropas da Nicarágua ao território da Costa Rica na região do Rio San Juan. Primeiramente, o comandante responsável alegou que o problema teria ocorrido devido ao mapa utilizado que apresentaria configurações diferentes das oficiais. O mapa era da empresa Google. Depois, o governo da Nicarágua assumiu que as tropas estavam ali para fazer a dragagem do Rio San Juan que é um direito do país. Então, a questão foi levada a Organização dos Estados Americanos.
A OEA deseja que os países resolvem a situação sem utilizar de forças militares, contando com uma solução pacífica. Desde o começo da crise foram marcadas reuniões buscando um acordo. Na semana passada, foi votada uma moção - 22 dos 27 estados participantes votaram a favor da Costa Rica - para que a Nicarágua retire suas tropas da Costa Rica. Porém, a medida não foi tomada como válida pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Ele ainda acredita que existe uma conspiração dentro da OEA que toma partido da Costa Rica. O único país apoiando Ortega é a Venezuela.
A Costa Rica recorreu ao Tribunal Internacional de Haia para resolver o impasse, salientando o impacto que a dragagem do Rio San Juan pode causar em seu território e levou em consideração a questão da invasão de território. Outra medida foi o envio de uma carta a embaixada nicaraguense quanto as alegações de Daniel Ortega de que a Costa Rica estaria sendo comandada por narcotraficantes. O país diz na carta que as alegações são infundadas e exige um pedido de desculpas.
O encontro marcado (26/11) para resolver a questão fronteiriça foi cancelado por ambos os países. A chancelaria da Nicarágua salienta que o encontro era 'carta perdida' já que ninguém compareceria. A Costa Rica disse que a questão só poderá ser discutida quando a Nicarágua retirar suas tropas do país, o que ainda não aconteceu. Até a presente data, as relações diplomáticas entre os países estão em nível mínimo.
O presidente, Daniel Ortega, disse estar despreocupado com ambos dos processos (Haia e OEA) e mesmo com a reunião do Conselho Permanente da OEA marcada para dia 7 de dezembro. Ainda disse que ninguém poderá impedir a construção do canal do Rio San Juan.
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