sábado, 19 de junho de 2010

Batalha diplomática por Honduras

No último dia 8 a Organização dos Estados Americanos, a OEA, oficializou uma comissão que vai analisar a situação de Honduras. O governo de Tegucigalpa está afastado da entidade desde o golpe que tirou o presidente Manuel Zelaya do cargo no ano passado.

Por pressão do governo norte-americano, a comissão da OEA vai analisar a situação do governo do atual presidente Porfírio Lobo. Vale ressaltar que o governo Lobo foi eleito enquanto o país estava sob a égide do governo provisório instaurado pelos golpistas. Assim sendo, várias nações não reconhecem Lobo como presidente de direito em Honduras, dentre as quais Brasil, Argentina, Venezuela e Nicarágua.O historiador e sociólogo Williams Gonçalves é professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro é especialista em relações internacionais e Estados Unidos, e para ele o governo de Washington está propondo uma comissão para legitimar o governo golpista.

A atuação da comissão internacional evidencia a política colonialista praticada pelos Estados Unidos ao longo dos tempos em relação à América Latina.

Para o historiador Bernardo Kocher, professor da Universidade Federal Fluminense, os Estados Unidos pretendem manter o poder de uma oligarquia, com Honduras sendo um ponto militar geopolítico muito importante na América Central.

O sociólogo Williams Gonçalves ainda destacou que o governo de Washington tem por doutrina manter relações estratégicas geopoliticamente, como faz com a Colômbia na América do Sul e agora está fazendo com Honduras. Ele ainda acredita que reconduzir Honduras à OEA será uma vitória da diplomacia estadunidense.

O posicionamento das nações contrárias à readmissão de Honduras está alicerçado na falta de legitimidade do governo golpista e na falta de segurança jurídica para o volta do presidente deposto Manuel Zelaya, que após temporada na embaixada brasileira em Tegucigalpa, está exilado em Santo Domingo, capital da República Dominicana.

A comissão da OEA tem até o dia 30 de julho para emitir seu parecer sobre o retorno hondurenho. A proposta será analisada na próxima assembléia geral da entidade. 

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