O Brasil não pode dar as costas para os "parceiros" do continente. Essa foi uma das falas do presidente Luís Inácio "Lula" da Silva durante o 33º encontro da Comissão Econômica para América Latina e Caribe das Nações Unidas (Cepal) em defesa a aproximação dos países vizinhos, a África e aos países árabes. "Tem gente até hoje que acha que nossa relação com a América do Sul é um retrocesso" disse, criticando a posição do pré-candidato José Serra que considera o Mercosul uma barreira a novos acordos com demais países, além de uma zona aduaneira problemática.
Uma das questões que se deve levar em consideração é o momento eleitoral pelo qual o país passa e a influência desse momento na política externa. Enquanto Lula, tenta transferir a popularidade adquirida para a pré-candidata Dilma Rouseff, Serra tenta "barrar" os avanços da candidata nas pesquisas, incriminando o posicionamento do governo diante das questões latino-americanas como errado e fator-problema na realização de acordos com outros países.Por outro lado, o Brasil se mostra contraditório em alguns pontos. O país assinou um acordo de defesa com os Estados Unidos apoiando o combate ao narcotráfico, entretanto, sem a presença de bases ou tropas norte-americanas. Criou-se uma expectativa contrária à esperada pelos países da América Latina, o que pode trazer problemas no futuro, diz o professor Aldo Durán Gil. Os EUA se sente incomodado com a aproximação do governo de Lula e tenta redefinir as relações com os países sul-americanos, com enfoque especial para o Brasil e seus recursos energéticos (água e bacia do pré-sal).
Ao defender os "parceiros", o Brasil busca uma maior influência comercial e política dentro do bloco sul-americano, assumindo seu lugar como potência de médio porte. Esse último ponto, é negado por Celso Amorim, diplomata brasileiro, que salienta que o país não tem o desejo de se sentir 'mais fortalecido do que os demais países da América do Sul'.
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