O Narcotráfico faz nova demonstração de poder no final de Abril. O senador paraguaio Robert Acevedo foi vítima de um atentado na região da fronteira Brasil/Paraguai. Acevedo ficou ferido. O segurança e o motorista que o acompanhavam morreram. O grupo criminoso PCC, que tem forte atuação na região, pode ter ligações com o atentado. O senador é conhecido por denunciar organizações narcotraficantes do Paraguai e pretende deixar o país temendo represálias a sua fámilia.
O acontecimento assusta por evidenciar o poder e a ousadia dos narcotraficantes que não teme policias nem governos. "As guerrilhas esquerdistas são brincadeira de criança se comparadas ao problema do narcotráfico" disse o senador Acevedo. Os narcotráfico possuem uma intrincada rede de corrupção que se estendem por todas as camadas socias, tendo influência até mesmo dentro da política.
No Rio de Janeiro não são poucos os casos de candidatos a cargos públicos que tem suas campanhas finaciadas por traficantes dos morros. Na Colômbia, cerca de 30% dos parlamentares estão na cadeia, acusados de envolvimento com grupos narcotraficantes. Entre eles, encontra-se Diego Uribe, irmão do atual presidente Álvaro Uribe.
O Narcotráfico surge em meados da década de 60, quando o governo dos Estados Unidos coloca na ilegalidade o consumo e a venda de drogas. Os usuários, para suprir seus vícios, acabam apelando a organizações criminosas dispostas a fornecer os narcóticos de forma ilegal.
O tráfico ganha grande força na América Latina, especialmente na região Andina, cujas condições climáticas favorecem o cultivo de plantas utilizadas na produção de drogas, tais quais a folha de coca. A fragilidade dos governos regionais e seu caráter corruptível também facilitam a ação dos traficantes.
As medidas para solucionar o problema se atem ao investimento no reforço militar e o combate a atividade em seus países de origem. A guerra ao tráfico é extremamente danosa, especialmente para as populações locais que ficam sujeitas a violência das ações. É o caso do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde moradores carentes acabam no meio do fogo cruzado entre policia e traficantes. Nos demais países latinos não é diferente. "Os gringos cheiram a coca e nós contamos os mortos" diz o professor o professor doutor em Sociologia e Estudioso do assunto, José Maria de Jesus Ezquiedo, citando frase relacionada as Farcs.
Esse tipo de medida de combate tem se mostrado ineficiente. Na década de 1990 o governo Colombiano extinguiu praticamente todos os cartéis de narcotraficantes. No entanto, os antigos cartéis foram rapidamente substituídos por novos grupos emergentes. O Governo Uribe ,a partir de 2003 e com parceria dos Estados Unidos, investiu cerca de 10bilhões de dólares no combate ao narcotráfico. No entanto, conseguiu reduzir em apenas 11% o cultivo de coca, de acordo com dados do ministério da defesa do país.
A luta contra o tráfico na Colombia pode esconder um conflito ideológico dos norte-americanos contra as guerrilhas esquerdistas na opinião do professor da UFU e doutor em ciências sociais, Aldo Duran Gil. "A luta contra o narcotráfico foi um cavalo de batalha ideológico para ocultar a luta contra os grupos armados que se opõem a ideologia e a hegemonia norte-americana.
Muito se discute sobre o envolvimento da guerrilha das Farcs com a produção de narcóticos."As Farcs não são traficantes, eles apenas controlam um território e cobram impostos dos grandes latifúndiarios. Os latifúndiarios tentam articular com os para-militares e os militares" diz Aldo Duran. Para ele é necessário saber diferenciar movimentos sociais de organizações traficantes. Enquanto aqueles se preocupam em trazer uma melhoria a vida das populações carentes, este se preocupa apenas com o lucro fácil. A produção de coca na Colômbia se dá por camponeses explorados pelos traficantes e que não tem outra escolha além de trabalhar para eles para sobreviver.
"Enquanto o narcotráfico for uma atividade ilícita que dê margens de lucro fantásticas certamente seá um mal que vai acompanhar pelo reoto da história a humanidade" é o que diz Jesus Izquierdo Villota. Para ele a sáida seria "demistificar" o consumo de drogas. " A medida que o governo age movido por fantásias, por mitos ou por príncipios tradicionais e puralismo moral, nessa medida ações terminam se tornando inconsequentes".
Já Duran Gil discorda que a legalização vá resolver o problema da violência." A legalização da droga não vai solucionar o nível de criminalidade numa sociedade capitalista periférica. O contra bando que atinge hoje as fronteiras não se restringe ao de drogas, temos o de armas e de todo tipo de mercadoria."
Na Holanda, onde as drogas foram legalizadas, ao contrário do que se previa, o consumo não aumentou. No estanto, também não diminuiu, mas estatisticas mostram que a criminalidade proveniente do tráfico de entorpecentes foi quase extinta. Agora o próprio governo detém a produção de maconha, por exemplo. Outros países como o Reino Unido estudam uma possível legalização. Em Israel, o governo já detem o monopólio da produção e ultiliza a maconha em tratamentos medicinais.
Ao invéz de continuar a suprir a guerra ao narcotráfico que não parece chegar a lugam algum, seria melhor que se investisse em campanhas de conscientização e no tratamento aos dependentes químicos. Hoje, no Brasil, são poucas as clínicas que oferecem esse tratamento de forma gratuita. " A questão do tratamento aos dependentes químicos é dramática aqui no Brasil. Cidades como fortaleza, com quase 4 milhões de habitantes não possui nenhum atendimento público" diz o professor José Maria. O tratamento acaba ficando ao encargo de clínicas particulares, que não são acessíveis a maioria da população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário