sexta-feira, 9 de abril de 2010

Colombianos vão às urnas em Maio

Eleições presidenciais levam colombianos as urnas no próximo mês. O atual presidente Álvaro Uribe, deixa o cargo após dois mandatos no poder. Uribe, importante aliado dos EUA, tem seguido uma política de maciços investimentos no país e combate ao terrorismo e narcotráfico.

O Presidente, em pareceria com os Estados Unidos, instituiu uma política de segurança com a finalidade de acabar de uma vez por todas com a guerrilha das Farcs. Teve como ponto alto a libertação de 14 prisioneiros em Julho de 2008, entre eles a ex-candidata a presidência Ingrid Betancourt.

"A política de segurança democrática, apesar das críticas que vem de um lado e de outro, de maneira geral, é aceita pela população colombiana" diz o jornalista e especialista em relações internacionais Marcelo Rech. Ele esteve no país recentemente e relata que o clima é de tranquilidade. "Não me senti em nenhum momento inseguro, o que a gente sente em muitas cidades grandes do Brasil. Percebi também que a Colômbia hoje tem um nível de consciência política bastante elevado. É claro que é preciso considerar que o país enfrenta um conflito armado, nas cidades pequenas e povoados mais distantes da capital sempre podem acontecer problemas."

A grande novidade nas eleições desse ano é o fato de Uribe não participar diretamente da disputa. O presidente vem a muito se utilizando de manobras políticas que garantissem uma nova reeleição, mas foi frustrado pelo judiciário do país. 

Para Marcelo Rech, a não presença de Uribe abre uma gama de novas possibilidades para a cena política do país. "Muito s partidos ou coalizões políticas na Colômbia, inclusive de tendências mais a esquerda, não teriam candidato caso o presidente Uribe concorresse" afirma Rech. Para ele, a pretensão de se acabar definitivamente com as Farcs "entrou no senso comum dos colombianos" resultando na grande popularidade do presidente.

De acordo com pesquisas recentes publicadas pela revista "Semana", o candidato Juan Manuel Santos é o favorito ao cargo com 36% das intenções de voto. Santos, ex-ministro colombianos da defesa, é filiado ao Partido U, o mesmo de Uribe, e recebe o apoio do atual presidente.

Mas Santos terá de enfrentar a ex-ministra terá de enfrentar a ex-ministra das relações exteriores Noemi Sanin que conta com 17% das intenções de voto. Sanin está filiada ao partido conservador, integrante da coalizão do governo Uribe. Sanin tem três vantagens em relação ao seu adversário: o manejo de relações internacionais e de programas para famílias em extrema pobreza e para a infância.

Santos, no entanto, é visto como mais capaz para resolver assuntos prioritários, como o combate ao desemprego (maior da América Latina) , a melhoria do sistema de saúde e educação e a luta contra a corrupção e à guerrilha. Marcelo Rech ressalta também que a eleição de qualquer presidente que não o apoiado por Uribe pode inviabilizar o recebimento de apoio financeiro dos EUA para poder fazer frente às Farcs e ao narcotráfico.

Os dados atuais apontam para uma provável disputa entre Santos e Sanin em um segundo turno. Para se eleger, o candidato necessita de 50% dos votos mais um.

Concorrem ao cargo também o independente e ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, com 9% das intenções de voto, seguido pelo ex-aliado de Uribe, German Vargas Lleras, com 8% e o candidato da oposição, o esquerdista Gustavo Petro, com 6%, segundo a pesquisa.

Encerram-se eleições Legislativas na Colômbia

No último dia 14 de Março, 30 milhões de eleitores colombianos elegeram 10 senadores e 166 representantes para a câmara , que governam no período de 2010 a 2014.

O antigo parlamento foi marcado por inúmeros escandâlos. Cerca de um terço dos parlamentares foram investigados por associação com grupos para-militares e 12 já foram condenados. O país encontra-se a quarenta anos sob conflito armado.

Dois caminhões bomba foram desarmados as vésperas da eleição e um militar morreu durante confronto com guerrilheiros. Apesar disso, o clima era relativamente calma. O país contou com apoio da OEA para garantir a segurança dos eleitores.

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