As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou simplesmente FARC, são uma organização marxista que visa acabar com as desigualdades no país, romper com a intervenção dos EUA e estabelecer o comunismo.
Para compreender sua origem, é preciso remontar ao passado colombiano, em meados do século XX. Em 1953, o general Gustavo Rojas Pinilla assumiu o poder e negociou uma trégua entre os partidos rivais Liberal e Conservador. Entretanto, os camponeses, que continuaram “esquecidos” e afastados da política, formaram organizações de resistência, passando a sofrer violenta perseguição.
No mesmo período, os comunistas também eram perseguidos, já que o contexto era da formação de Cuba e havia o temor de que casos como esse se espalhassem. Assim, ocorreu uma gradual aproximação entre o Partido Comunista e o campesinato, que passaram a lutar juntos.
Mas quase todas as “resistências” foram dizimadas, exceto Marquetália, no sul do país. Para aniquilar a última ameaça, iniciou-se uma operação em 1964. Alguns guerrilheiros escaparam, e, liderados por Manuel Marulanda (o “Tirofijo”), reuniram-se em Caquetá (noroeste amazônico), dando origem às FARC, oficializadas em 5 de maio de 1966.
As FARC então dominaram diversos territórios afastados dos centros econômicos. Estima-se que em 2002 controlavam 40% da Colômbia. Muitos creem que são associadas ao narcotráfico, porém o fato é que elas exercem o controle das regiões cocaleiras e submetem os narcotraficantes a pesados tributos. Daí vem 50% da sua receita. O seqüestro de autoridades e proprietários também contribui.
Devido aos reféns e relações com o tráfico, as FARC são consideradas terroristas por países como Colômbia e EUA. O Brasil discorda. Terroristas ou não, o grupo sofre diversas baixas desde a posse do presidente Álvaro Uribe, aliado dos EUA. A maior perda foi o vice-líder Raúl Reyes, em 2008.
Muitos prisioneiros têm sido libertados, com destaque para Ingrid Betancourt, que saiu do cativeiro há dois anos. Mas também há negociações de caráter humanitário que são bem sucedidas. Essas trocas ou libertações de reféns, são feitas por organismos internacionais e alguns países, como Brasil.
Uma das grandes defensoras desse tipo de troca é a senadora colombiana Piedad Córdoba do Partido Liberal. Ela participou em março desse ano de uma operação, que junto com o Brasil e a Cruz Vermelha Internacional, libertou dois reféns e resgatou os restos mortais de outro.
Artigo relacionado ao programa Minutos - Pero no Mucho (09-04-2010)
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