sexta-feira, 16 de abril de 2010

Em nome de Pachamama - Capitalismo e Meio Ambiente

A apropriação de terras indígenas não é uma questão recente. Desde a chegada dos europeus ao continente americano, os nativos tiveram suas nações destruídas pela exploração do homem branco, desestabilizando a dinâmica harmoniosa entre o índio e a terra. Essa relação pode ser observada no culto quechua à deusa Pachamama, a Mãe Terra.

No século XX, a adoção do capitalismo como modelo social e econômico pelos governos pós-ditadura na América Latina agravou a questão agrária local. Os casos mais graves dessa violentação ocorreram na Colômbia, no Chile e no Peru, onde se deu o massacre de Bagua, no ano passado.
Em resposta a isso, e devido à crise econômica, surgiram diversos movimentos em prol da população nativa, que acabaram por conquistar a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas. Alguns países, como a Bolívia, a incorporaram em sua constituição, aderindo à filosofia do "Viver Bem"(no original aymara, "Suma Qamaña"), que consiste na valorização da vida com harmonia e equilíbrio. Segundo José Geraldo Poker, Professor da UNESP de Marília, "As formas indígenas e tradicionais de cultivo são politicamente utilizadas como formas de resistência ao capitalismo".

Pachamama = Mãe Terra no dialeto dos quechua.

Além disso, de 20 a 22 de abril, acontece a "Conferência Mundial dos Povos sobre a mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra" na cidade colombiana de Cochabamba. A Conferência vai contar com a presença de movimentos populares e indígenas, ONGs e ativistas defendendo a necessidade de preservar os direitos do planeta. Esperamos que a reunião em Cochabamba seja mais eficiente que a de Copenhague.

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